As
máscaras da noite
fazem
acrobacias
com
teu nome
pendurado
nas estrelas.
Então
costuro
retalhos
de chuva
e
emendo cacos
de
lua cheia
que
povoam cartas
em
gavetas
cheirando
a saudade
e
alfazema.
Lá
fora, o perfume
da
dama da noite
organiza
o abismo.
Maria Nazaré de C.
Laroca
In: Poemas sem endereço. Juiz de Fora - MG, 2000; p.16.
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Eroj kaj ĉifonoj
La maskoj de la nokto
Akrobate ludas
Kun cia nomo
Alkroĉita al steloj.
Mi dume kudras
Pluvĉifonojn
Kaj kungluas erojn
Falintajn el plenluno
Sur leterojn en tirkestoj
Kiuj aromas
Resopire kaj lavande.
Ekstere,
La parfumo
De l´noktfloroj
Organizas l’ abismon.
Esperantigita de Maria Nazaré de C. Laroca
El BRAZILA
ESPERANTA PARNASO
(Org. Sylla Chaves; Neide Barros Rego. Rio
de Janeiro, 2007; p. 68)
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Textos em português e esperanto. Tekstoj en la portugala kaj en Esperanto.
Obrigada por sua visita! Dankon pro via vizito!
Obrigada por sua visita! Dankon pro via vizito!
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Retalhos e cacos / Eroj kaj ĉifonoj
domingo, 23 de setembro de 2012
Teimosia / Obstino
Insisto
Em acender estrelas
Em seu caminho.
No entanto
Você prefere
Tropeçar feliz
Na escuridão
Obstino
Mi insisite
Ŝaltas stelojn
Sur vian vojon.
Sed malgraŭ tio
Vi ĝojas faleti
En la mallumo.
Maria Nazaré C. Laroca (2007)
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Lua de setembro / Septembra luno
Todo mês está escrito:
Deus pendura
Um barquinho de luz
No rio escuro da noite
Sem estrelas.
E eu aproveito então
Para entrar nessa canoa
E remar no céu à toa
Até amanhecer feliz.
Maria
Nazaré C. Laroca
Juiz de Fora
09/09/2011
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Dio bildigas
Ĉiun
monaton
Lumboaton
Sur
senstelan riveron
De l'nokto nigra.
Enboatiĝas
Por remi sencele
Ĝis feliĉa
Mateniĝo.
Maria Nazaré C. Laroca
Juiz de Fora
21/09/2012
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012
Reveno
Antaŭ multaj miljaroj,
Kiel ondoj de l’ maro,
Re kaj reen senĉese,
L’ akvo de Dia Am’
Mian koron el rok’
Ŝtonigitan tuŝas…
Tamen bona afero jenas:
Survoje al Di’ mi estas -
Kiel eta lampir’ - porĉiame
Flugante al luma Hejm’,
Kiu de mi kuŝas ene.
Maria Nazaré de Carvalho Laroca
Cabo Frio - 30/12/2011.
Rezigno
Mi flustris ĉi-matene
Tiun obstinan senton
Al rozoj de l’ ĝarden’...
Mi petis helpon do
Al blua papili’
Por adiaŭi vin ...
Tre kara anim’, aŭskultu!
Mi ne eltenas plu
Kunvivi ĉe sufer’...
Pro tio mi forigis,
Per fajro, vian nomon,
Kiu loĝis en mia kor’.
Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora - 20/08/2011.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Dançando com Lacan / Dancante kun Lakano
O meu inconsciente
Está fazendo arte,
Quando sangra no vazio
Meu passado de presente...
Qual numa festa cigana,
No meu céu, as rosas rubras,
Batem palmas em ciranda
Para celebrar as núpcias
De uma rosa solitária,
Nívea, no meio da roda,
Chorando à espera do noivo
Que nunca mais voltará...
Então transformo seu pranto
Em orvalho de poesia,
E a rosa branca se encanta,
Voando em doce magia.
Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 13 de setembro de 2012.
Nekonscio mia
Artisme petolas,
Kiam en malplenon
Ĝi nune sangigas
Kiel donaco
Pasintencon ...
Ĉe cigana festo -
Miaĉiele - ruĝaj rozoj
Manfrapas rondodance
Por gaje celebri nuptojn
De neĝblanka rozo
Soleca meze de l’ rondo
Ploranta pro la foresto
De l’ fianĉo, kiu ne plu revenos.
Do mi ŝanĝas ploron ĝian
En roson de poezio
Kaj la blanka roz’ ravita
Milde forflugas magie.
Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, la 15-an de septembro 2001.
E-renkontiĝo
Septembran
Dimanĉon,
Kaj
varmege
Bluas
ĉielo
En Muriaeo.
Kvazaŭ infanoj,
Preskaŭ cento
Da homoj
Ĝuas verdan
Eliksiron
El feliĉo:
Esperanto!
Faden’
magia, kiu
Korojn
kunligas:
Esperplena familio.
Maria Nazaré de C. Laroca
ZOMAER -
Muriaé, 16 /09/2012
sábado, 15 de setembro de 2012
AO DR. BEZERRA DE MENEZES
Benfazejo emissário da
bondade,
Espírito de escol, alma
sublime,
Zelando sempre pelos
desvalidos,
Exerce a caridade com fervor!
Rara estrela a fulgir com
humildade,
Renúncia é seu nome
abençoado,
Abnegado Irmão de todos
nós...
Dedicado servidor de Jesus,
Exemplo maior de ação no bem!
Maria o chamou para as
Alturas:
Envia-lhe Celina, a
emissária...
Nenhuma glória, todavia, quis;
Ele suplica prosseguir a
obra,
Zeloso do dever com os
sofredores,
E enobrece o trabalho mais
humilde
Salvando almas com paterno
amor.
Maria Nazaré de Carvalho Laroca
(Juiz de Fora, 16
de julho de 2010.)
Tradukis Affonso Soares (aŭgusto de 2010)
B onfara kurier´ de l´ Karitato,
E minenta Spirit´ , anim´ sublima,
Z organte senĉese pri l´ forlasitoj,
E n la Bono servadas kun fervor´!
R ara stelo brilanta plej humile,
R ezigno - jen lia benata nomo,
A bnegacia frato al ĉiuj homoj...
D ediĉata servanto de Jesuo,
E kzemplo pleja en la bonagado!
M aria lin vokis al la Plejsupro:
E stis Celina la invit-portanto...
N enian gloron li tamen deziris;
E n la mond´ plu servadi li petegas,
Z orga pri l´ flegado al suferantoj,
E l simpla labor´ li faras misian
S avadon de homoj kun patra amo.
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
Raviĝo
Sorĉa plenluno kaŝita
Sub envuala mister’
Ŝajnas virina vizio,
Ĉe mezepoka fenestr’
De nevidebla kastel.
Maria Nazaré de C. Laroca
(Juiz de Fora 12/03/2012)
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
No reino das mil e uma palavras sem fim
Luma é uma palavra luminosa e feliz
que vive no Reino das Mil e Uma Palavras
sem Fim. Ela é também uma palavra poética, de constituição lítero-musical,
e tem ainda a leveza e a mobilidade das fadas que habitam em reino próximo.
Quando Luma nasceu, seu pai, ou Patro, como era chamado, percebeu que a filha
era especial, dada à sua auréola resplandecente.
Luma
cresceu nesse reino construído de palavras, versos, poemas e canções. Era poeta
e compositora e servia a todos com graça, levando, com voz maviosa, a alegria de
suas canções a vocábulos solitários e perdidos de si mesmos. Trabalhava também como
mestra de palavrinhas musicais desafinadas, aprimorando-as para o futuro.
De
vez em quando, de madrugada, Luma saía a colher estrelas que, com cuidado,
acomodava na dobra da túnica. Só voltava
para casa quando a manhã raiava e, então, guardava a colheita da noite num
jarrão de puro cristal para ver as estrelas tremeluzirem. Por que agia assim?
Ah!
Em visita aos amigos, na hora de se despedir, num abraço demorado, a suave
Luma, discreta e amorosa, colava no peito do amigo uma estrela luminosa que
curava quem estava doente, animava quem estava sozinho, iluminava quem estava
no escuro, demonstrando assim o seu carinho. Aos amigos mais distantes ela enviava
uma estrela-pensamento. Por isso as saídas noturnas para pescar estrelas...
Ainda
frequentava o templo de Verbum, o sábio sacerdote que lhe desvelara o dom
especial de comunicar-se com seres de outros reinos e dimensões. Havia, porém, uma regra a que Luma não podia
desobedecer. No dia em que ela recebeu o grau máximo de Mestra da Música e da Poesia simultaneamente, Verbum ordenara-lhe solene:
-
Leia em voz alta o juramento do pergaminho sagrado:
“Jamais
ultrapassarei a fronteira da Poesia e do Encantamento.”
E
assim foi feito.
Desde
aquele dia, entretanto, Luma caiu em desassossego, pois, além de independente e
destemida, era bastante curiosa. O que será que existe além daquela ponte? Sua
mente dançava ao ritmo das perguntas que se avultavam. O vento travesso
sussurrava ao ouvido das flores, espalhando aquele segredo de polichinelo, pois
todo mundo já sabia; a última a descobrir foi ela...
Para
lá da ponte começava o reino dos homens! E agora Luma queria saber como era sentir-se
humana. Devia haver alguém como ela naquele misterioso reino de sombras e névoas.
E a Luma-palavra cismou de encontrar a Luma-menina, seu referente naquele mundo
meio primitivo!
Do
outro lado do rio da vida, a Luma-menina respondia pelo nome de Maria da Luz,
ou, mais propriamente, Luz, como gostava de ser chamada. Luz era o referente de
Luma; também era ela doce poeta, cantora e compositora, mas com alguns atributos
diferentes como sentimentos de tristeza e solidão de vez em quando.
Luma
conhecia apenas a alegria; nunca havia chorado antes de atravessar aquele
segredo sinalizado pela ponte proibida.
Quando
Luma abriu os olhos, estava dentro de uma imponente biblioteca de uma metrópole
daquele mundo desconhecido. Luz acabara de abrir um livro de poesia e lá estava
Luma, levantando-se e estendendo a mão a Luz:
- Olá! Sou Luma, muito
prazer em conhecê-la.
Surpresa,
mas acostumada a lidar com palavras, Luz ficou encantada com aquela aparição
inusitada:
- Oi, sou Luz ... Você mora
aí nesse livro?
- Não, menina! Só usei o
livro como meio de transporte para poder me aproximar de você.
- Nossa! Que legal! Você me
conhece, então?!
- Como não? Sei tudo sobre
você! Quero ser sua amiga...
- Claro, claro... mas posso
saber como você me conhece? De onde você veio? Quem é você?
- Calma, Luz! Uma pergunta
de cada vez!
E,
assim, pacientemente, Luma foi esclarecendo a curiosidade de Luz. Contou-lhe
sobre sua vida no Reino das Mil e Uma
Palavras sem Fim, sobre o juramento feito a Verbum e a sua posterior
desobediência a ele.
Luz,
por sua vez, narrou-lhe sua vida algo monótona e triste até então. Falou-lhe de
suas preferências literárias e musicais, de sonhos e aspirações. E descobriram-se
tão parecidas: Luma e Luz, quase idênticas. Na verdade eram lados da mesma
moeda poética.
E,
assim, todos os dias Luz e Luma encontravam-se na grande biblioteca, falavam
sobre tudo, trocavam poemas e aprendiam a conhecer-se mutuamente. Luz resplandeceu
com a alegria de Luma; esta cresceu em sabedoria, ao experimentar a tristeza de
Luz, uma nostalgia que às vezes chegava de mansinho com o entardecer.
E o
tempo foi passando. Luma praticamente passou a morar na biblioteca e começou a
descobrir o lado sombrio daquele mundo. À noite, podia ver centenas de palavras
mal-encaradas saindo para a vida noturna daquela cidade fascinante e perigosa.
Sentiu-se sozinha e triste. Luz não podia fazer-lhe companhia o tempo todo,
pois era humana, tinha que estudar, cantar no coral, fazer as tarefas de casa; e
tudo isso era severamente vigiado pela mãe.
Houve
uma noite em que Luma chorou de saudade de seu reino, e esse forte sentimento
de tristeza, pela primeira vez experimentado, envolveu-a em uma nuvem pesada e sufocante.
Em sincronia com ela, Luz começou a perder o entusiasmo pela poesia e parou de
sonhar... E ambas estavam ficando cada vez mais sem brilho e sem cor: adoeciam
de nostalgia, reféns de uma solidão galopante.
Por
outro lado, no Reino das Mil e Uma Palavras
sem Fim, Patro e Verbum, preocupados com o desaparecimento de Luma, foram
buscar socorro em outro reino bem próximo onde todas as palavras eram felizes.
Era
um reino de céu esmeraldino: onde as estrelas verdes cantavam um hino à
fraternidade universal. Foram recebidos carinhosamente pelo Esperanto, o mentor
espiritual daquele reino de paz. Tanto Patro quanto Verbum há muito sabiam
conversar na língua usada naquele reino, por isso foi fácil o contato com
aquelas palavras fraternas.
Depois de algumas horas
reunidos com o Mestre Esperanto, Patro e Verbum voltaram para casa cheios de
esperança. O Esperanto prometera resgatar Luma e Luz, mostrando-lhe toda a
beleza e finalidade da língua internacional criada por Zamenhof.
E
assim foi feito. No dia seguinte, Luz já tinha nas mãos o Fundamento do Esperanto e mostrava feliz o seu tesouro para amiga
Luma. Esta então se lembrou de já ter ouvido falar do belo reino de Esperantio, onde todas as palavras são
felizes por poderem comunicar-se facilmente com todos os outros reinos próximos
ou distantes...
E a
alegria voltou ao coração das duas. Elas tinham agora muita coisa bonita para
aprender e compartilhar com o uso do Esperanto.
Então,
em outro reino não muito distante, onde flores, passarinhos e bruxas convivem
na mais santa harmonia, a Florzinha escritora dá um longo suspiro e fecha o
livro onde habita a história que ela acabara de escrever.
Ah,
que vontade ela tem de conhecer de perto aquelas duas almas irmãs... Ah, que
vontade de aprender essa língua verde da fraternidade!
E como, juntas, as três iriam brincar de criar
por aí...
Leia este conto em Esperanto em Beletra Almanako:
http://www.beletraalmanako.com/boao/ba12/index.html
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