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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Trobadoro





                        Al Jair Salles

De la trobo kavaliro,
Jen  poeto Jair Salles:
La verv’ ĉiam  inspirita
Per ĉarmaj versoj nin ravas!


Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 24/12/2013.




sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Botequim _ Drinkejo



Botequim

O cheiro suado de cerveja
serpenteia pelo bar mofado
e engole a noite da cidade.

Sobre as mesas,
garrafas vazias
velam mágoas
e desvelam riscos.

A memória agora
é um cão perdido
nos becos do outrora,
vagando pelas cinzas
de sonhos incendidos.



Drinkejo

La bierodor’ ŝvita
serpentumas
tra drinkejo ŝima
kaj  englutas  
la nokton urban.

Malplenaj  boteloj
sur la tabloj
prizorgas ĉagrenojn
kaj riskojn malkaŝas.

La memoro nuna
estas perdita hundo
sur iamaj  vojetoj,
vaganta tra la cindroj
de l’ revoj incendiitaj.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 13/12/2013.


terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Rota de fuga _ Forkurvojo





Rota de fuga            
                           
                                       Ao Poeta Iacyr Anderson Freitas
                     
Teus dias são revestidos
pelo cimento dos versos
e o silêncio do oratório:
candeia ardente, mistério
da noite sem escapatória.

Mas circular é a rota
de tua fuga de luta:
toda partida é chegada...
Quanto mais longe, mais perto
da  eternidade domada.


Forkurvojo
                                     Al Poeto Iacyr Anderson Freitas

Viaj tagoj kovritas
de la cement’ el versoj
kaj la silent’ de oratori' :
brulanta kandel’, mister’
de la nokto sen eskapo.

Tamen cirklas la pado
de via itinero lukta:
alvenontas ĉiu forir’...
Ju pli dista, des pli apudas
la eterneco dresita.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 10/12/2013.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Sinos _ Sonoriloj



Sinos
Tempo de Natal:  
fraternidade anunciada.
Há dois mil anos,
o Menino espera 
o meu presente.
     (1997)

Sonoriloj
Kristnaska tempo:
anoncata frateco.
De du jarmiloj
la Infano atendas
donacon mian.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 05/12/2013.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Roteiro _ Itinero



Roteiro

O corpo pensa em comida;
com tédio, a alma dispensa
o pão sem filosofia:

aquela que salga o gelo
da capa que me protege
até tudo consumado,
no fim desse recomeço.


Itinero

Pri manĝo pensas la korpo;
pro enu’ l’ anim’ rifuzas
panon sen filozofio:

tiu, kiu salas glacion
de l’ mantel’, kiu min protektas
ĝis ĉio plenumita   
fine de tiu rekomenco.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 04/12/2013.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Advento _ Advento



Advento

Notório programa
de televisão nos impõe
a absoluta necessidade
da medida certa,

segundo o padrão
refinado do mercado
de consumo da vaidade.

E, no insuportável
tumulto das ruas,
a chuva incesssante
de dezembro anuncia
o tempo vazio de Natal.

Advento

Televidprogram’
fama al ni trudas
la devigan neceson
de l’ *ĝusta  mezuro,

Laŭ  rafinita model’ 
de la vanteca
konsummerkat’.
  
Kaj ĉe la neeltenebla
tumulto de l’ stratoj,
la  senĉesa pluv’ decembra
anoncas la tempon tute
malplenan  el Kristnasko.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 02/12/2013.

*Populara brazila televidkonkuro, en kiu artistoj klopodas malgrasiĝi ĝis atingo de plej ĝustaj korpmezuroj.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Apelo _ Alvoko




Apelo

Preciso acordar
a semente
do sol interno
que hiberna em mim.

A rotina omissa
alimenta-lhe o sono
de conforto.

Mas a transcendência
é a urgência maior
da minha sede.



Alvoko

Mi bezonas
veki la semon
de l’interna suno
ade dormanta
ene de mi.

La rutino silenta
ties komfortan
dormon nutras.

Sed transcendo
estas la plej granda urĝo
de mia vivsoifo.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 26/11/2013.

domingo, 17 de novembro de 2013

Relógio _ Horloĝo



Relógio

De chronos fendido
Acena kairós, oportuno
Momento que cintila.

Mas o Tempo se esfuma
Em sopro que atordoa
A sorte perdida.

E as horas escoam
As vozes do futuro
No passado nascidas.


Horloĝo

El Chronos fendita
Aperas Kairós, oportuna
Momento, kiu trembrilas.

Sed Tempo forfumiĝas
Per blovo, kiu konfuzas
La sorton perditan.

Kaj la horoj forfluigas
La voĉojn de l’ estonto
En estinto forĝitajn.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 17/11/2013.


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Melopeia _ Melopeo




Melopeia  

Astuta, a Musa rapta
a lira de Orfeu
e dedilha o encanto
do poema não escrito.

No reino do silêncio,
Eurídice ouve o canto,
e se permite banhar-se
na semântica desse amor
inefável que a revive.


Melopeo

Ruza, forrabas Muzo
la liron de Orfeo,
kaj la sorĉon ŝi plukas
de l’ ne  skribita poem’.

En la regno de l’ silent’,
la kanton Eŭridic’ aŭdas,
kaj baniĝi al si permesas
ene de l’ semantik’
de l’ neesprimebla am’
kiu ŝin revivigas.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 14/11/2013.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Luz _ Lumo





Luz

Prefiro beber
A ingenuidade das manhãs
Que não se importam
Com a renda amanhecida
Da minha pele.

E então despejam
Ouro em luz
Em cada ruga.

Assim de mim sou noiva,
Por mais que a noite 
Teime em roer meus sonhos.


Lumo

Mi preferas trinki
La naivajn matenojn,
Kiuj preteratentas
La maljunecan
Puntan haŭton.

Ĉar ili verŝas
Oran lumon
Sur la haŭtsulkojn.

Do mi estas tiel
De mi mem fianĉin’,
Kvankam la nokto
Insistadas ronĝi
Ĉiujn sonĝojn miajn.

Maria Nazaré de C. Laroca  
Juiz de Fora-Rio de Janeiro, 04/11/2013

Inocência _ Senkulpeco




Inocência

Eis que a infância
Surpreende-me
Em preto-e-branco
De fina organza.

E um doce mar
De eternidade
Invade-me
O ar em chamas.

Para a menina de dez anos,
A primeira comunhão
É certidão de santidade.

E o olhar ausente
Vislumbra estrelas
Onde o céu é verde
E um vento fácil
Beija-lhe os cabelos.



Senkulpeco

Jen l’ infanaĝo
Surprizanta min
Per delikata muslin’,
Nigra-blanke.   

Kaj dolĉa mar’
Farita el eternec’
Invadas aeron
Mian el flamoj.

Laŭ la dekjara knabin’,
La unua komuni’
Atestas sanktecon.

Kaj la fora rigard’  
Stelon videtas
Sur verda ĉielo
Kaj facila vento
Ŝiajn harojn kisas.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora - Rio, 04/11/2013.