Textos em português e esperanto. Tekstoj en la portugala kaj en Esperanto.

Obrigada por sua visita! Dankon pro via vizito!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Feliz Homem Novo! _ Feliĉan Homon Novan!


Feliz Homem Novo!

De que adianta 
o Ano Novo nascer 
em cascatas de fogos,
se o velho homem 
permanece o mesmo?

Quantas promessas
e votos de felicidade
jazem mofados
no túnel do tempo?

Cronos devora-me
as horas possíveis...
Quero ser a brisa
que refresca, e passa.
Hoje busco a doçura
única do Cristo.


Feliĉan Homon Novan!

Neniel valoras
la naskiĝo 
de la Nova Jaro
el kaskado
de artfajraĵo
se la malnova homo
ne ŝanĝiĝas.

Kiom da promesoj
kaj bondeziroj
ŝimas en la tunelo
de l’ tempo?

Kronoso formanĝas
miajn horojn eblajn...
Mi deziras briziĝi:
ĉion freŝigi kaj pasi.

Hodiaŭ
mi ekserĉas
la mildecon
unikan 
de Kristo.

Maria Nazaré Laroca
Cabo Frio, 31/12/2015.


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Japaneskoj



Tasko

Reen kaj reen, 
ĉevalaro el ŝaŭmo, 
la ondoj kuras...
Destin’ melankolia:
la disfandiĝ’ sursabla.

Festo

Mev’ akrobatas,
eksaltas gajaj fiŝoj...
Jen la maro pludancas!
La penso kapriolas,
L’animo ekferias.

Flirto

La somerluno
ĉiele mateniĝas
por rendevuo...
Ĉŭ vane? Ĝi atendas
almenaŭ  foran kison.


Maria Nazaré Laroca
Cabo Frio, 29/12/2015.



domingo, 27 de dezembro de 2015

Ilusão _ Iluzio


Ilusão

Estou na praia.
O ano se despede  
em dores  e festas. 

E o mar
 prossegue
com tédio
o seu ofício.

Eis que a noite
 estremece;
e percebo a lua
cheia vestida de sol.

Com enlevo,
meu pensar flutua 
nessa luz dourada

a sustentar a falsa
majestade da lua,
que reflete solitária
o brilho da estrela 
solar.

Iluzio

Mi estas ĉe'l plaĝo.
La jaro adiaŭas
per doloroj kaj festoj.

Kaj la maro
daŭrigas
kun enuo
sian laboradon...

Jen la nokto
ektremas
kaj mi ekvidas
la plenlunon
vestitan per suno.

Kun ĝuo 
la penso ŝvebas
en tiu ora lumo

nutranta la falsan
majeston de l' luno,
kiu solece reflektas
la brilon de la suna stelo.

Maria Nazaré Laroca
Cabo Frio, 26/12/2015.


domingo, 13 de dezembro de 2015

Herança _ Heredaĵo




Herança

                                           "Vós sois a luz do mundo." (Mateus 5:14)

Quanto mais humanos,
mais divinos somos: 
pois herdeiros...
A divindade  do homem é feita
da humanidade de Deus.  

Heredaĵo
                           "Vi estas la lumo de la mondo."(Mateo 5:14)
Ju pli homaj,
des pli diaj ni estas: 
per heredaĵo...
La dieco de homo 
fariĝas 
el la humaneco de Dio.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 13/12/2015. 

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Clarinada _ Klarionado


Clarinada

Por que só no Natal
grita este desejo
de acender no peito
uma estrela de amor?


Klarionado

Kial nur Kristnaske
krias la deziro
eklumigi bruste
stelon el amo?

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 08/12/2015.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Homem _ Homo

Homem

Um sábio disse:
Deus começa
onde termina
o infinito.

E esse Amor te ama
antes de existires;
e te conhece anjo
antes de tu seres
centelha de vida.


 Homo

Saĝulo diris:
komenciĝas Dio,
kie finiĝas
l’infinito.

Kaj  l’ Amo vin amas,
antaŭ ol via ekzisto;
Ĝi vidas vin anĝelo,
antaŭ ol via ekesto
kiel fajrero de vivo. 

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 04/12/2015.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Em Deus _ En Dio




Em Deus

Nos jardins (ou desertos)
da alma,
as vozes do sentir
ideias plasmam
que a mente irradia
em toda parte.

E a usina mental,
espelho da vida,
os desejos refletem
de luz (ou perdição),
em sintonia
com o universo
das imagens afins.


En Dio

En la ĝardenoj (aŭ dezertoj)
de l' animo,
la voĉoj de l' sento
ideojn modlas,
kiujn la menso 
ĉien radias.


Kaj la mensa uzino,
spegulo de l' vivo,
reflektas la dezirojn
el lumo (aŭ detruo)
je agordo
kun l' universo
de bildoj similaj.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 1°/12/2015.




quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Elegia _ Elegio

Elegia

O Rio Doce, de luto,
lentamente  arrasta
o próprio cadáver insepulto
de lama perversa
para vomitar no oceano
indignação e tristeza.

O funeral de um rio, porém,
não cabe neste
arremedo de poema;
mas ao menos podemos
acender palavras de sonhos
e esperança à margem
de cada verso.

 Elegio

La Rivero Dolĉa funebras,
kaj malrapide  trenas
la nesepultan kadavron mem
el perversa koto
vomante en  oceanon
koleron kaj malĝojon.

La funebraĵo de l’ rivero, tamen,
ne taŭgas  por ĉi tiu ŝajna poemo;
sed almenaŭ ni povas
eklumigi vortojn el revoj
kaj espero surborde de ĉiu verso. 

                                                          
Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 25/11/2015.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Existir _ Ekzisti


Existir

As almas voam

num chão de pássaros;

mas a solidão

de cada pessoa

é incomunicável.



Ekzisti


Animoj flugas

sur birda grundo;

sed la soleco

de ĉiu persono

ne komunikeblas.


Maria Nazaré Laroca 

Juiz de Fora, 04/11/2015.

sábado, 24 de outubro de 2015

Ausências _ Forestoj



Ausências

No festim da noite,
estrelas bêbadas 
de amavios
tecem delírios 
de violinos e flautas.

E o poeta se atavia
de palavras vazias;
o poema é cotovia
silenciosa
de ausências.


Forestoj

La noktan festenon,
steloj ebriaj
pro sorĉaĵoj
teksas delirojn
el flutoj kaj violonoj.

Kaj poeto sin ornamas
per vortoj malplenaj;
poemo estas silenta
alaŭdo
el forestoj.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 24/10/2015.




sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Fadinha do Sol



                      
                                                                           Para Glória Sol, nossa querida editora de vídeos.


É uma Fadinha atrevida

que desafia a ortografia

com elegância colorida.


Ela é muito prosa:

tem voz de algodão doce

cor de rosa...

E como ri à toa!


Eis outro encanto:

ela fala a língua verde:

o Esperanto!


E realiza nossos

sonhos virtuais

em belos vídeos...


Onde ela mora?

No raio de sol

que me sorri lá fora!


Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 02 de outubro de 2015.

sábado, 19 de setembro de 2015

Mea-culpa _ Mia kulpo


Mea-culpa

                                                                      Para Flávia Laroca


Agonizam as cosmogonias,
quando o coração desafina
na aspereza da alma.

E o discurso escuro é lâmina
da  (des)razão estéril
que nos fere os afetos.

Então palavras cruas
açoitam o azul dessa manhã
de quase primavera...

E, agora, o grito
na Ágora do tempo:
preciso da água viva
da doçura, urgente!


Mia kulpo

Agonias kosmogonioj,
kiam la koro malagordiĝas
pro l’  krudeco de l’ animo.

Kaj la diskurso nigra estas klingo
de (mal)racio  vana,
kiu vundas niajn amojn.

Do krudaj vortoj
skurĝas la  ĉimatenan bluon,
kiu preskaŭ printempas ...

Kaj nun,  l’ekkrio
ĉe l’ Agoro de  l’ tempo:
mi bezonas l’ akvon vivan
el mildeco, urĝe!

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 19/09/2015.

sábado, 12 de setembro de 2015

domingo, 6 de setembro de 2015

Inverno _ Vintro


https://www.youtube.com/watch?v=KZGi49Bnghs

Inverno

A cidade­­­­­­ desmaia em chuva
sob as cinzas de um céu sem cor.
Aquece-me a Polonaise de Chopin
e a saudade de um amor
que nunca vivi.


Vintro

La urbo svenas pluve
sub la cindroj de senkolora ĉielo.
Varmigas min la Polonez' de Ŝopen’
kaj la sopiro pri amo 
kiun mi  havis neniam.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 06/09/2010

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Silêncio _ Silento



Silêncio

E, cedo expulso do mundo,
flutua a dedilhar
luares e segredos
sobre a pele da brisa.

Mas seduz o poeta
e adentra o poema
por metáforas vazias
de ruídos banais.


Silento

El la mondo forpelita
ĝi ŝvebas pinĉante
lunbrilojn kaj sekretojn
sur la haŭto de l’ brizo.

Sed poeton ĝi allogas
kaj eniras en poemon
per metaforoj malplenaj
de bruadoj banalaj.


Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora, 26/08/2015.

sábado, 22 de agosto de 2015

Réquiem _ Rekviemo


Réquiem

Fui visitar o ausente
que não conheci.
Agora, face ao corpo morto
suavemente exposto
sob uma nuvem branca de flores,
uma impressão de ternura
me atravessa e suporta.

De paletó e gravata, pronto
para  a grande cerimônia,
os traços finos desenhados
na palidez impenetrável,
ali se expunha digno.

Não há vela, nem coroa,
nem o cheiro enjoado de ciprestes:
apenas o aconchego da lareira
e pessoas que conversam amenidades
numa indisfarçada celebração da vida.

Os olhos repisados
da mulher e dos filhos
lembram o inevitável dilaceramento.

Meu pensamento agradecido
saúda a energia que habitou aquele corpo
e, sem me dar conta,
sinto saudade daquele desconhecido
que se apresenta à felicidade
ao virar da última página.

      (Juiz de Fora, 1985)

Rekviemo

Mi vizitis la forestanton
nekonatan de mi.
Nun, antaŭ la mortinto
milde elmontrata
sub nubo blanka da floroj,
tenera impreso
min trairas kaj tenas.

Surhavante jakon kaj kravaton,
preta por la grava ceremonio,
la fajnaj trajtoj desegnitaj
sur nepenetrebla paleco,
tie li elmontriĝis digne.

Nek kandelo aŭ krono,
nek la naŭza odoro de l’cipresoj:
nur la varmo de l’ kameno
kaj homoj parolantaj agrablaĵojn
kiel nekaŝebla vivcelebro.

La plorantaj okuloj
de l' edzino kaj infanoj
memorigas la nepran kordisŝiron.

Mia danka penso
salutas l’energion
kiu loĝis en tiu korpo
kaj nerimarkite
mi sopiras la nekonaton,
kiu sin prezentis al feliĉo
post la turno de l' lasta paĝo.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 22/08/2015.