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quinta-feira, 13 de junho de 2013

Tribo





Tribo

A tribo urbana
Descobriu o aplicativo
Da felicidade automática.

Com fones de ouvido
E o mesmo uniforme,
Todo dia todos correm
Em volta do parque.

E ninguém percebe
Que o outono se despede:
Ninguém vê a praça.


Tribo

La urba tribo
Eltrovis  programeton
Por l’ aŭtomata feliĉo.

Uzante aŭskultilojn
Kaj la saman uniformon,
Ĉiuj kuras ĉiutage
Ĉirkaŭ la parko.

Kaj neniu ajn perceptas,
Ke l’ aŭtuno adiaŭas:
Eĉ la placon ili ne vidas. 

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 13/06/2013.


quarta-feira, 12 de junho de 2013

Vida _ Vivo



Vida

Existo;
logo penso
o mundo.

Resisto
ao tento;
não sucumbo.

Mas tão profundo
é o espanto
cotidiano,

que às vezes
até esqueço
o encanto
de viver.



Vivo

Mi ekzistas;
kaj mondon
mi pripensas.

Sen pereo, 
Rezistas
Mi al peno.

Sed estas tiel
profunda
la ĉiutaga mir’,

ke foje eĉ
vivĉarmon
mi forgesas.



Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 12/06/2013.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Companheiro _ Kunulo




Companheiro

De vez em quando,
Visita-me a arena
Fria do poema
O francês *copain,

E então me encanta
A amorável semântica,
Pois comigo divide
O pão e a companhia.

De nobre cortesia
E elegância, presto,
Aquece-me os versos,
E parte, todavia,
Restando apenas
A lágrima indecisa. 

Porém, sem pejo,
Às musas confesso:
Minh’ alma almeja
Um companheiro:
Mas onde encontrá-lo
E como merecê-lo?


*Copain: do latim cum panis; que partilha o mesmo pão; companheiro, namorado.


Kunulo

De tempo al temp’,
Vizitas min en aren’
Malvarma de l’ poem’
La vorto *copain,

Kaj do min ravas
La signifo milda
Ĉar la panon
Kaj l’ akompanon
Ĝi havigas al mi.

Per nobla ĝentilec’,
Elegante, sed haste,
Ĝi hejtas  miajn versojn,
Kaj tuj  foriras
Nur postlasante
Larmon sendecidan.

Tamen sen ĝeno
Al muzoj tion
Mi konigas:
Aman kunulon
L’ anim’ deziras,
Sed kie lin trovu
Kaj kiel lin meritu?

*Copain: el la latina cum panis; tiu, kiu dividas la saman panon; kunulo; amindumanto.


Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de fora, 10/06/2013. 

sábado, 8 de junho de 2013

Ao Poeta _ Al Poeto

  
                                             Caspar David Friedrich -  pintor romântico alemão
                                                     "Der Wanderer über dem Nebelmeer"
                                              "O viajante sobre o mar de névoa," 1818. Kunsthalle de Hamburgo



Ao Poeta 


O Poeta desafia a solidão
dos caminhos não trilhados.
Embrulha dias em delírios
e cobre de irisados lírios
rios atrevidos de metáforas
que perfuram a dor  
na vertente do inefável,  
em busca da águia
que lhe habita a alma.




Al Poeto


Poeto defias la solecon
de l’ netrairataj vojoj.
li envolvas tagojn en delirojn,
kaj kovras per ĉielarkaj lilioj
aŭdacajn riverojn el metafor’,
kiuj doloron traboras
ĉe nedirebla ĝuo,
por priserĉi la aglon,
kiu loĝas en lia anim’.



Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 08/06/2013.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Panteão _ Panteono




Panteão
                                    À Poeta Creusa Cavalcanti França
                                                 (In memoriam)

Quando o Poeta atravessa
A fronteira indesejada,
Gentil, a Poesia o recebe
No Parnaso em festa.

Na bagagem traz consigo
Apenas versos não escritos,
Pois já lhe brilham os poemas
No pórtico nobre do empíreo
Qual gracioso diadema.

Eis o enigma desvendado:
Poetas nunca morrem;
Ficam assim encantados
Como estrelas para sempre
Na memória do tempo.


Panteono

Kiam Poet’ transiras
La nedeziratan limon,
Ĝentila, Poezi’ lin akceptas
Ĉe la Parnaso festa.

Li alportas en la valiz’
Nur neskribitajn versojn
Ĉar jam brilas la poemoj
En la nobla empire’-portik’
Kiel gracia diademo.

Jen  la enigmo malkaŝita:
Poetoj mortos neniam;
Ensorĉitaj ili restas
Kiel porĉiamaj steloj
En la memoro de l’ tempo.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 06/06/2013.

domingo, 2 de junho de 2013

Destino




http://www.nazarelaroca.blogspot.com.br/2013/05/fado.html



Ŝmirita
Marist’
Narde:

La forĝ’   
En brust’
Doloren
Enakviĝas.

Jen kard’,
Jen dorn’,
Jen ŝarĝ’:
Jen epope’.

     Jen naŭz’
Sen paŭz’
Ponard’ :
Forpere’.

Maria Nazaré e C. Laroca
Juiz de Fora, 02/06/2013.

sábado, 1 de junho de 2013

Fado





Um nauta
Ungido
Em nardo:

No peito,
A frágua
Que deságua
Em mágoa

É cardo,
Espinho
E fardo:
É saga.

É náusea
Sem pausa
Que naufraga:
Adaga.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 31/05/2013.