Movimento
Três dias chovendo a cântaros, e eu
preocupada com o sumiço da primavera.
O vento gelado silenciou os pássaros e o
perfume das flores da praça.
Pela vidraça, a cidade diluída em cinza e
impaciência.
Três dias embrulhada em poesia, café e
jazz. Às vezes aumentava o volume da música para abafar o ronco mal-educado dos
trovões.
Mas hoje, precisamente às quatro da tarde,
aconteceu um milagre: jogaram uma tinta azul brilhante no céu, e o sorriso
ainda molhado do sol resgatou a primavera
que tremia de frio nos porões do inverno.
E então a vida voltou à vida.
Movimento
Tri tagojn torente pluvadas, kaj jen mi
maltrankvila pro la malapero de printempo.
La glacia vento silentigis la birdojn kaj
la parfumon de la floroj de la placo.
Trans la fenestro, la diluita urbo grizas
kaj malpaciencas.
Tri tagojn volvita en poezio, kafo kaj
ĵazo. Kelkfoje mi plialtigis la sonon de la muziko por dampi la malĝentilajn tondromuĝojn.
Sed hodiaŭ, precize je la kvara horo posttagmeze,
miraklo okazis: oni ĵetis brilan bluan farbon sur la ĉielon, kaj la ankoraŭ
malseka rideto de la suno liberigis printempon, kiu tremis de frosto en vintra
kelo.
Kaj tiam la vivo revenis al vivo.
Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 05/10/2016
Belega priskribo pri la ravo de printempo.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNazaré Laroca! Que delícia de conto! E a mesma melodia embala o texto em português e esperanto. Nunca te vi tão Lobatiana!
ResponderExcluirTexto com sabor de café feito no fogão de lenha e com gosto sabe do quê? de quero mais!
Bonito, Nazaré!!!
ResponderExcluirĜuinda teksto, neatenditaj imagoj, brile stila efiko.😃
ResponderExcluirĜuinda teksto, neatenditaj imagoj, brile stila efiko.😃
ResponderExcluir