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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Novjaro

Vivo adas plue...

Ne gravas tiu, kiu
Sur temp’ rajdas fluge. 
 

Eroj el moment’,

Into, onto antas,

Nunon kaŝante.
 

Tuj ekos Novjaro;

Ritoj al homar’ utilas.

Tamen tute survoje

Necesas malpleniĝo:

Vivo plue adas...

 
Maria Nazaré de C. Laroca

Kabo Frio - RJ  Brazilo   31 / 12/ 2012

domingo, 30 de dezembro de 2012

Trasomere



Kio ĉion reĝisoras?

Maro ludas simfonie:

Onden iras homoj, homoj...

 

Verdarĝenta pulmo spiras:

Ventr’ patrina ritme pulsas

Laŭ brilŝauma partitur’.

 

Homamaso trasomeras

Sunombreloj  bunte  svarmas...

Ĉu foiro? Ĉu altar’ ?

Someranoj sin ofer(t)as

Por adori sunon ... maron ...

 

Ĉu verĝojas la estuloj?

 Scivolemas la poeto.

Jen -  audiĝas voĉ’ sekreta -

Plezurplenaj ekzistuloj!

 

Maria Nazaré de C. Laroca

Kabo Frio – RJ   Brazilo

30/12/2012

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Lilioj de San-Paŭlo

                                 

                                                                     


La svarma urbeg’ furoras:
Jarfinaj festoj eksplodas
Kaj tempon englutas brile.

Tiam amas’ da homoj blinde
Preterpasas donacon dian:
Tiujn etajn anĝelojn, kiuj fariĝis

Rozkolora ĝardeno el lilioj,
Por ĉiutage nin regali
Per neatendita salut’ gracia.



Maria Nazaré de C. Laroca

San-Paŭlo, 18/12/2012.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Rosas de novembro


Aguda desarmonia na minha rua:
Não ouço mais o alegre bom-dia
Da simpática velhinha ao portão.

Um abandono sem cerimônia
No silêncio da porta fechada
Daquela casinha sobrevivente
Entre os prédios de luxo...

No jardim sempre cuidado,
Apenas galhos decapitados, vazios:
As rosas vermelhas fugiram às pressas,
Na madrugada de domingo:

Não suportaram a ausência
Da risada daquela amiga
Que partira sem avisar...
Sem ao menos um abraço de adeus.



Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 30 de novembro de 2012.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Impressões



"Quero o inapreensível. É espantosa essa luz que escapa, levando a cor consigo. (Claude Monet )



Indiferente ao feérico
Salão brutalmente iluminado
Do shopping do Leblon,

Uma quase luz de chuva
Envolve toda a Lagoa
Em véus de névoa plúmbea.

Quisera ter o gênio de Monet
E  capturar  assim
A inapreensível  cor adormecida
No mistério desse último
Domingo de novembro no Rio.


Maria Nazaré de C. Laroca
Rio, 25 de novembro de 2012.



sábado, 17 de novembro de 2012

Rapsódia matinal


    

"O homem é uma corda distendida entre o animal e o super-homem: uma corda sobre um abismo; travessia perigosa (...)." Friedrich Nietzsche

A menina de cinco anos
balança sua alegria
na corda atada
nos galhos da mangueira.

Ela não suspeita
de outra corda:
a mulher de cinquenta
que desafia o abismo.

A menina está feliz
com a inocência
de seu instante;
no entanto desconfia
desse abismo de plumas
de temível doçura...

Então fia e desfia
a seda do rio do tempo
que retorna sempre...

A mulher de cinquenta
atravessa o espelho
e dialoga com o caos.

Ela quer provar o saber
e o sabor de todos
os homens e mulheres,
mas consegue beber
o olho azul do dia
na taça que transborda
esse sol de inverno...

Maria Nazaré de C. Laroca
In: Travessia do poema. Juiz de Fora: FUNALFA; Campinas:Pontes Editores, MG.2012. p.19

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lua do Leblon








Muitas luas já vivi ...

Lua barroca de Minas,

Hóstia de luz elevada

Sobre o silêncio beato

Dos telhados das igrejas

De Ouro Preto e Mariana ...



A lua fria de Manhattan

Vai pingando solidão

Nos braços da Liberdade ...



Mas essa lua vermelha

Que contemplo de joelhos

Do Mirante do Leblon:



Lua vestida de ouro,

Nua, despida em fogo,

Paixão suspensa, fetiche ...



Essa lua equilibrista,

Balão chinês que enfeitiça,

É como um orgasmo do sol:

Incêndio num mar dourado!



Maria Nazaré de C. Laroca

IN: Travessia do Poema.Juiz de Fora: FUNALFA; Campinas:Pontes Editores. 2012, p. 4
7.