Ao Poeta _ Al Poeto

  

                                             Caspar David Friedrich -  pintor romântico alemão

                                                     "Der Wanderer über dem Nebelmeer"

                                              "O viajante sobre o mar de névoa," 1818. Kunsthalle de Hamburgo

Ao Poeta 

O Poeta desafia a solidão

dos caminhos não trilhados.

Embrulha dias em delírios

e cobre de irisados lírios

rios atrevidos de metáforas

que perfuram a dor  

na vertente do inefável,  

em busca da águia

que lhe habita a alma.

Al Poeto

Poeto defias la solecon

de l’ netrairataj vojoj.

li envolvas tagojn en delirojn,

kaj kovras per ĉielarkaj lilioj

aŭdacajn riverojn el metafor’,

kiuj doloron traboras

ĉe nedirebla ĝuo,

por priserĉi la aglon,

kiu loĝas en lia anim’.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 08/06/2013.

Panteão _ Panteono

Panteão

                                    À Poeta Creusa Cavalcanti França

                                                 (In memoriam)

Quando o Poeta atravessa

A fronteira indesejada,

Gentil, a Poesia o recebe

No Parnaso em festa.

Na bagagem traz consigo

Apenas versos não escritos,

Pois já lhe brilham os poemas

No pórtico nobre do empíreo

Qual gracioso diadema.

Eis o enigma desvendado:

Poetas nunca morrem;

Ficam assim encantados

Como estrelas para sempre

Na memória do tempo.

Panteono

Kiam Poet’ transiras

La nedeziratan limon,

Ĝentila, Poezi’ lin akceptas

Ĉe la Parnaso festa.

Li alportas en la valiz’

Nur neskribitajn versojn

Ĉar jam brilas la poemoj

En la nobla empire’-portik’

Kiel gracia diademo.

Jen  la enigmo malkaŝita:

Poetoj mortos neniam;

Ensorĉitaj ili restas

Kiel porĉiamaj steloj

En la memoro de l’ tempo.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 06/06/2013.

Destino

http://www.nazarelaroca.blogspot.com.br/2013/05/fado.html

Ŝmirita

Marist’

Narde:

La forĝ’   

En brust’

Doloren

Enakviĝas.

Jen kard’,

Jen dorn’,

Jen ŝarĝ’:

Jen epope’.

     Jen naŭz’

Sen paŭz’

Ponard’ :

Forpere’.

Maria Nazaré e C. Laroca

Juiz de Fora, 02/06/2013.

Fado

Um nauta

Ungido

Em nardo:

No peito,

A frágua

Que deságua

Em mágoa

É cardo,

Espinho

E fardo:

É saga.

É náusea

Sem pausa

Que naufraga:

Adaga.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 31/05/2013.

Tarde _ Posttagmeze

Tarde

Na janela, aberta

A cortina de renda,

A mulher surpreende

O canteiro de gerânios

E os muitos janeiros

Que se debruçam

Entre risos e soluços.

Na janela, aberta

A cortina da alma,

A mulher, sem alarde,

Reconstrói a tarde

Só para ela.

Posttagmeze

Ĉe la fenestr’,

Malfermiĝas

Punta kurten’,

Kaj virin’ surprizas

Bedon el geranioj

Kaj multajn januarojn

Kiuj elkliniĝas

Super ridojn,

Kaj  plorĝemojn.

Ĉe  la fenestr’,

Malfermiĝas

L’ animkurten’

Kaj  virin’, senbrue,

Posttagmezon

Rekonstruas

Nur por si mem.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 29/05/2013.

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Nascimento_ Naskiĝo

Nascimento Há um descompasso No traço que faço: Crio uma draga Que alça o passado Do fundo da água Em que navega O meu presente Sem trégua sempre. Giro o compasso, E a ponta do laço Enlaça o abraço Do tempo sem peia Que me presenteia Com a lua cheia Todo fim de maio: É aniversário. Maria Nazaré de C. Laroca Juiz de Fora, 27 de maio de 2013.

Naskiĝo Pro malakord’ La streko misas: Jen la dragil’ Levanta inton El akvfundo, Kie navigas Estanto mia  Senĉesa ĉiam. Cirkel’ rondiras Kaj  laĉpinto Lazĉirkaŭbrakas Senbridan tempon, Kiu min regalas Per luno plena Ĉiun  majfinon Pro datreveno. Maria Nazaré de C. Laroca Juiz de Fora, 27 de maio de 2013.

Nascimento

Há um descompasso

No traço que faço:

Crio uma draga

Que alça o passado

Do fundo da água

Em que navega

O meu presente

Sem trégua sempre.



Giro o compasso,

E a ponta do laço

Enlaça o abraço

Do tempo sem peia

Que me presenteia

Com a Lua Cheia

Todo fim de maio:

É aniversário.



Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 27 de maio de 2013..