Textos em português e esperanto. Tekstoj en la portugala kaj en Esperanto.

Obrigada por sua visita! Dankon pro via vizito!

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O semeador _ La semanto



O semeador

O poeta semeia versos
na pele escura da noite
onde dormem inquietudes
e seus luares boêmios.

Nas entrelinhas do texto,
um rio de sonhos passa,
mas só se pescam estrelas
com o olhar desarmado.



La semanto

La poeto semas versojn
sur la nigran haŭton de l’ nokt’
tie, kie dormas zorgoj
kaj ties lunlumoj drinkemaj. 

Tra l’ interlinioj de l’ teksto,
fluas rivero de revoj,
sed nur kaptiĝas steloj
per malarmita rigardo. 

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 02/10/2013.

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O semeador




O poeta semeia versos
Na pele escura da noite
Onde dormem inquietudes
E seus luares boêmios.

Nas entrelinhas do texto,
Um rio de sonhos passa,
Mas só se pescam estrelas
Com o olhar desarmado.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 1º/10/2013

domingo, 29 de setembro de 2013

Moda _ Modo




Moda

O mercado da moda
Costura com glamour
A fama provisória.

E inflama e nutre
A glória ilusória
Irreal somente,

 Pois todo mundo
 Quer se vestir igual
 Para ser diferente.


Modo

La modo-merkato
Famon provizoran
Ĉarme kudras.

Kaj ekscitas, nutras
La iluzian gloron
Tute nerealan,

Ĉar ĉiuj deziras
Sin vesti sammaniere
Por esti malsamaj.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 29/09/2013.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Sinfonia branca _ Blanka simfonio





Sinfonia branca

Sempre é primavera
No jardim humilde
Onde rosas brancas
Tocam violino.

Vibram as pétalas
Como bailarinas
Prontas para o voo
Da dança secreta.

E a melodia das flores
A cada dia renasce;
Todavia ninguém ouve.



Blanka simfonio

Ĉiam  printempas
En  humila ĝarden’
Kie blankaj rozoj
Violonon ludas.

Pretaj por la flugo
Vibras petaloj
Kiel dancistinoj
De l’ danco sekreta.

Kaj la melodi’ de l’ floroj
Ĉiutage  renaskiĝas
Sed ilin aŭskultas neniu.


Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 25/09/2013. 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Na rede _ Enrete



Na rede

Querendo ou não,
Estamos todos presos
À teia humana,
Que roda em cadeia
Em rede insana.

E ela ateia o fogo
Da modernidade
Que campeia
E nos atordoa.

Querendo ou não,
Estamos sob a mira
Do olho invisível
Que nos rastreia
A solidão de cada dia
Cruamente exposta
Nas redes sociais.
  
Tudo conectado,
Infiltrado, então,
Na leitura da mente
Que mente o que sente:
Pois não se consegue
Decifrar o coração.



Enrete

Vole nevole
Ni katenitas
En homa reto
Turniĝanta  ĉene
Freneza lige.

De l’ modernec’,
Kiu fulme elstaras
Kaj nin konfuzas
Ĝi startigas fajron.
  
Vole nevole
Nin celas
Nevidebla okul’,
Kiu sekvas nian
Ĉiutagan solecon
Krude elmontritan
Per retoj sociaj.

Ĉio konektitas
Infiltrite tiam
Legante la menson,
Kiu kaŝas la senton:
Ĉar deĉifri koron
Tute ne eblas.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 24/09/2013.


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Utopia _ Utopio



Utopia

O poeta continua
a acalentar a pedra nua
da existência inquieta,
até sangrar o silêncio
de futuros estúpidos
que devoram lírios.

Mas a pedra é rio
que desliza lesto
no universo: alma
da indispensável
utopia. 


Utopio

Poeto daŭre nutras
la ŝtonon nudan
de malkvieta  ekzisto,
ĝis  sangu silent’
de stultaj estontoj
kiuj liliojn voras.

Sed la ŝton’  riveras
kaj  pluglitas lerte
tra l’ univers’: animo
de l' utopi' necesa.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 23/09/2013.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Posse _ Posedo




Posse

O filho vem de férias,
Organiza o vazio,
E vai embora um dia.

No quarto dorme ainda
Seu perfume preferido,
E o coração da mãe
É só dor que sangra.

Preciso reaprender o verbo ter:
Desvendar a impermanência
De sua semântica.

Porque não perderei
O que nunca tive, apesar
Da oferta das estrelas...

Eu não tenho nada:
Nem mesmo este corpo
Que habito à espera
Da hora da partida.



Posedo

Filo venis ferie,
Organizis malplenon
Kaj iam foriris.

En la ĉambr’ ankoraŭas
Lia parfum’ preferata
Kaj la kor’ patrina sangas
Pro dolor’ senfina.

Do mi nepre eklernas
La verbon havi kaj
Malkaŝas ties efemeran
Semantikon.

Tial mi ne tion perdos,
Kion mi neniam havis,
Malgraŭ la stelposedon…

Ja mi havas nenion:
Eĉ ĉi tiun korpon,
En kiu mi loĝas.
Mi atendas nur
La ĝustan alvokon
Por eliri.


Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 16/09/2013.