Alma

Na arena da linguagem

Dos poetas e santos,

Um sonho foi roubado.


E as pedras dos castelos

Dos mitos e heróis

Emudeceram

De súbita cegueira.


Um grito foi amordaçado,

E instaurou-se o vazio

Da urgência de existir

Sem arte...


Mas o coração do guerreiro

Amanhece menino

Todo dia e, sem pressa,

Olha o mundo sempre

Como se fosse vez primeira.


 
Maria Nazaré de C. Laroca

Rio, 1º de setembro de 2012.

Instante

A moça desconhecida

De chapéu Panamá

Passou ao meu lado

Na praia de Ipanema.

 

Olhando para mim,

Disse-me bom-dia!

Com natural simplicidade.

 

Depois entrou no mar

Com  elegância,

E o mundo sorriu então

Gentil por um segundo.

 

Maria Nazaré de C. Laroca

Rio, 02 de setembro de 2012.

Familio

Dimanĉe en Rio:

Ekburĝonas ĝojo

Tute nature.

Tri birdoj renkontiĝas:

Panjo kaj geidoj

Por nutri sin per amo,

Por ankaŭ trinki arton...

 

Tri birdoj flugas kune…

En kor’ feliĉo estiĝas

Kiel river’ magia.

 

Maria Nazaré de Carvalho Laroca
Rio, 03 de setembro de 2012.