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domingo, 3 de março de 2013

Conexão


Na selva escura


Da lavoura literária,

A criatura cria

E atura palavras

Ainda não ditas.
 

Com razão e rasura,

A palavra escrita

Lavra a metáfora

E ainda se enternece

Com a poética prosa

De Gertrude Stein:

”Uma rosa é uma rosa

É uma rosa”... Outrora
 

E hoje, é difícil amar

Uma única pessoa

Cheia de pessoas.

Mais fácil: o rosto

Apressado e sem nome

Da humanidade.

 

Maria Nazaré de C. Laroca

São Paulo, 03/03/2013.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Estação Paulista _ Metrostacio Paulista




Por uns instantes
Deixo-me engolir
Pela engrenagem
Da linha amarela
Do metrô: Cinderela
Operária de devaneios. 

As escadas rolantes
Duplas serpenteiam
Em longas caudas
De cinco voltas.
E a cada segundo eclode
Uma avalanche
De braços, pernas
E cabeças submersas
Em seus enigmas. 

Ouço um grito então
De humanidade
Em meu silêncio mecanizado;
E por um momento consigo
Amar aquela multidão.
Maria Nazaré de C. Laroca

São Paulo, 28/02/2013


Metrostacio Paulista
Dum kelka tempo
Mi staras ĉe l’engluto
De l’ meĥanismo
De l’ flava metrolinio:
Kiel Cindrulino
Laboranta revojn.
Rulŝtuparoj duope
Serpentas rondveture
Per kvin longaj vostoj.
Kaj ĉiusekunde
Ekaperas lavango
Je brakoj, kruroj
Kaj kapoj enmergitaj
En enigmojn.
Tiam mi ekaŭdas krion
El humaneca sento
En robota silento mia;
Kaj momente mi sukcesas ami
Homamason tian.
Maria Nazaré de C. Laroca
São Paulo, 28/02/2013

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Confidências _ Konfidencoj


 Confidências

É preciso desarmar o olho e permitir-se a entrega com simplicidade. Ainda que momentânea.
No início dos anos 70, meus ouvidos emudeceram, ante o pulsar do coração de Deus no seio da Floresta Amazônica. Apenas eventual farfalhar de cores aladas transpassava aquele silêncio sagrado. Uma lágrima de alegria selou o meu jovem instante de adoração.
Dez anos depois, na hora do parto, a sensação de pertencimento divino e telúrico ao mesmo tempo: o choro de meus filhos preludiando a vida.
Recorto ainda aquela madrugada de verão em Veneza, em 1990. Dezenas de jovens dormiam nas escadarias da estação de trem, em doce liberdade de entrega ao mistério do amanhecer veneziano. Meus olhos então começaram a ouvir uma melodia de gratidão à vida.

Konfidencoj

Necesas malarmi la okulojn kaj sin fordoni al la simpleco. Kvankam dummomente.
En la frua 70, miaj oreloj silentiĝis, antaŭ la korbatado de Dio en la Amazona Pluvarbaro.  Nur hazarda susuro de flugilhavaj koloroj ektrapenetris tian sanktan silenton. Ĝoja larmo stampis mian junan adormomenton.
Dek jarojn poste, dum la akuŝoj, la sento de la dia kaj samtempe elterula aparteno: la ekploroj de miaj infanoj enkondukantaj  vivon.
Mi ankoraŭ eltondas tiun someran matenon, en Venecio, 1990. Dekoj da junuloj dormadis sur la ŝtuparo de la fervoja stacidomo en dolĉlibera fordono  al la mistero de la venecia mateniĝo. Miaj okuloj do ekaŭdis dankantan melodion al  vivo.

Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 24/02/2013

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Plorsaliko

Arbo melankolia,
Ĉarma kaj mistika:
Defalemaj branĉoj
Svingiĝas gracie
Ĝis l’ akvospegul’.

Foliar’ belplektita,
De magia natur’,
Ploranta kaphararo,  
Adorade kurbiĝas  
Por la gloro Dia.               
  

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora, 19/02/2013

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bonŝanco




Baraktas sur la sablo
Naiva fiŝet’ povra
Ĉar la senbrida tajdo
Ĝin elĵetis marborden.

Pene, tre malfacile
Jen spiras la mortonto...
Dume kompatas knabo
Kaj ĝin  savi li provas.

Per vost’ la fiŝon prenas
Nepra manet’ karesa
Por ĝin al mar’ resendi.

Foren la fiŝo flugas
Kaj la rad’ de l’ fortun’
Giras saĝece plue...

Maria Nazaré de C. Laroca  
Juiz de Fora, 18/02/2013

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Revelação / Revelacio



Revelação


De repente me invade
Um radioso verão
Como uma sinfonia
Em solar volúpia.

E eu me vejo então
Do tamanho exato
Que me vê o mundo.

A voz do demiurgo,
Em cascatas de luz,
Faz romper as geleiras
Das máscaras ávidas
De bagatelas de luxo.

Centelha de eternidade,
Descobri que vivo o sonho
De aninhar o verão n’ alma
Mesmo com a astúcia do outono.



Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 17/02/2013

Revelacio


Subite min invadas
Radianta somero
Kiel simfonio
Per suna volupto.

Kaj mi vidas min
Je la ĝusta  grandeco
Kiel min vidas la mondo.

La voĉo de l’ demiurgo,
Per lumakvofaloj,
Disrompas la glaciejojn
De maskoj avidaj
Je luksaj  bagatelaĵoj.

Fajrero de l’ eterneco
Mi travivas la revon
Nestigi someron anime
Spite al  la ruza aŭtuno.



Maria Nazaré de C. Laroca
Juiz de Fora, 17/02/2013

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Vereda / Pado

 
                              

VEREDA

Sobrevivo na esteira dos afetos construídos por versos que me abrigam e desnudam.#TOC

Maria Nazaré de C. Laroca
(Poesia no twitter. TOC140/ 2012)

OBSERVAÇÃO: Com alegria recebi pelo correio o libreto que contém os 100 melhores poemas de TOC 140, POESIA NO TWITTER. ANO III.
Organizadores: Antônio Campos; Cláudia Cordeiro. Ed. Carpe Diem. FLIPORTO, 2012.



PADO

Mi supervivas laŭ amsentaj poststrioj konstruitaj de versoj kiuj min ŝirmas kaj nudigas. #TOC


Rimarko: Kun ĝojo mi ricevis perpoŝte la libreton kiuj enhavas la plej bonajn cent poemojn el TOC - POEZIO EN TVITERO. 
Organizintoj: Antônio Campos; Cláudia Cordeiro. Eldonejo Carpe Diem. FLIPORTO, 2012.