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sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Tribo Kawahiva


Sem pisar no rio do tempo,
A câmera  do telejornal
Capta o passado vivo
Em tempo real.

Súbito farfalhar de asas
E crepitar de folhas assustadas
Desafiam o silêncio
Virgem da floresta
Que pulsa em mistério.

Perplexo, o repórter
Flagra uma tribo primitiva
Intocada pela civilização.

Corpos totalmente desnudos
Integram a natureza:   
Passam nômades guerreiros
À frente de mulheres apressadas
Que carregam meninos e outro fardos.

Uma criança percebe o intruso,
E grita: “tapuim!”, “tem inimigo”!
E a mãe ordena: “atzé !”, “vamos”!
E desaparecem todos  no seio da floresta.

Maria Nazaré de C. Laroca

Juiz de Fora. 16/08/2013.

3 comentários:

Lírica disse...

E a tribo nem desconfia que foi flagrada pelo doce olhar da Poesia...

Paulo P Nascentes disse...

"Passam nômades guerreiros/ À frente de mulheres apressadas/ Que carregam meninos e outros fardos".
Beleza plástica e força visual reconstruídas pelo poder da palavra, essa espécie de usina de imagens poéticas a serviço do belo.
Parabéns!

Josenilton kaj Madragoa disse...

Tiuj sxajne sovagxaj tribanoj povas esti spirite pli superaj ol ni, la nomataj civiluloj. Mi ne televidis tiun raportajxon. Kiel bone! Tiel, mi povis scii pri la fakto pere de via pli realisma kaj profunda poezia lenso! Dankon!