Sem pisar no rio do tempo,
A câmera do
telejornal
Capta o passado vivo
Em tempo real.
Súbito farfalhar de asas
E crepitar de folhas assustadas
Desafiam o silêncio
Virgem da floresta
Que pulsa em mistério.
Perplexo, o repórter
Flagra uma tribo primitiva
Intocada pela civilização.
Corpos totalmente desnudos
Integram a natureza:
Passam nômades guerreiros
À frente de mulheres apressadas
Que carregam meninos e outro fardos.
Uma criança percebe o intruso,
E grita: “tapuim!”, “tem inimigo”!
E a mãe ordena: “atzé !”, “vamos”!
E desaparecem todos no seio da floresta.
Maria
Nazaré de C. Laroca
Juiz de
Fora. 16/08/2013.
3 comentários:
E a tribo nem desconfia que foi flagrada pelo doce olhar da Poesia...
"Passam nômades guerreiros/ À frente de mulheres apressadas/ Que carregam meninos e outros fardos".
Beleza plástica e força visual reconstruídas pelo poder da palavra, essa espécie de usina de imagens poéticas a serviço do belo.
Parabéns!
Tiuj sxajne sovagxaj tribanoj povas esti spirite pli superaj ol ni, la nomataj civiluloj. Mi ne televidis tiun raportajxon. Kiel bone! Tiel, mi povis scii pri la fakto pere de via pli realisma kaj profunda poezia lenso! Dankon!
Postar um comentário