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terça-feira, 16 de junho de 2015

Meu corpo _ Mia korpo


Meu corpo


Minh’ alma se vestiu de um corpo

que me permite estar no mundo:

arena de  sonhos infindos

que eu pastoreio sem medo.

 
(A veste é matéria tecida 

de  moléculas invisíveis

que, renovadas, não se tocam...)

 
E, assim, no leme desse barco,

meu templo de luz condensada,

aos poucos eu vou construindo 

minha  humanidade divina. 


Poema a partir da reportagem Transvanguarda, de Silas Martí. C4 Ilustrada. Folha de S.Paulo. 14/06/2015.

“Em tempos de transexuais, celebridades, artistas plásticos transformam o corpo com hormônios em ações radicais para questionar o gênero.”


Mia korpo



Mia animo vestis sin per korpo,
kiu permesas al mi esti en la mondo,
areno de senfinaj sonĝoj
paŝtitaj de mi sentime.

(La veston materio teksas
el nevideblaj molekuloj,
kiuj renovigataj ne sin tuŝas...)

Gvidante tian boaton,
aŭ templon el lum’ kondensita,
mi laŭgrade konstruadas
mian humanecon dian.

 Poemo  surbaze de  ĵurnala raporto verkita  de Silas Martí  pri la tiel nomata Trans-avangardo (Silas Martí. C4 Folha de S.Paulo, 14/06/2015).
"Dum transseksaj tempoj, famuloj, plastikartistoj, transformas la korpojn per hormonoj kaj radikalaj agoj, pridiskutante la genrojn."
 
Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 16/06/2015.
 





 

 
 

 

 


 
 
 
 
 

 





 

 


 


sexta-feira, 12 de junho de 2015

Urânia _ Uranio

 
 
Urânia
 
A Poesia silente dança
no infinito do presente eterno;
e o Poeta sonha com Urânia,                                                 
que o guia em voo ao universo.
 
Viu então que a Terra é a fulgurante
estrela vésper dos céus de Marte,
sendo a humanidade tão pequena...
 
E saudou a Força que sustenta
e move todos os sóis do cosmo;
ela que é a mesma chama que anima
seu corpo em viagem peregrina!
 
 Uranio

La Poezio silente dancas
ĉe l’ infinit’ de l’eterna estant’;
kaj pri Urani’ Poeto sonĝas:                                                 
ŝi per flug’ al univers’ lin gvidas.
 
Tiam li vidas, ke brilas Ter’:  
vesperstel’ sur la ĉiel’ de Mars’,
malgraŭ ke tiel malgrandas homar’...


Kaj salutas li la Forton, kiu subtenas
kaj movas ĉiujn sunojn en la kosmo;
Ĝi, kiu estas la sama flamo, kiu animas
lian korpon dum  pilgrimanta iro!
 
Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 12/06/2015.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Passos _ Paŝoj




Passos

O olhar do poeta
tropeça nas nuvens
do caminho e sonha
decifrar o encanto
da dança binária
dos pés que passam
em humano compasso.

E, passo a passo,
a vida desfolha as horas
na curva infinita do tempo.
O salto é descompasso:
risco de queda ou voo.
  
Paŝoj

La rigardo de l’ poeto
faletas en la nuboj
de la vojo kaj sonĝas
deĉifri la ĉarmon
de la dutempa danco
de l’ marŝantaj piedoj
laŭ la homa takto.

Kaj, paŝon post paŝo,
horojn viv’ senfoliigas  
en la senfina  tempkurbo.
Sentaktas la salto:
risko de falo aŭ flugo.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 02/06/2015.





sábado, 30 de maio de 2015

Juiz de Fora: 165 anos!



É festa de aniversário,
mas na cidade operária,
tecelã da poesia,
sopra o vento da saudade
no presente da alegria.

É Juiz de Fora tão dentro
do coração de seus filhos,
que mesmo fora, distantes,
querendo, a alma se aninha
nos braços de suas montanhas.

É festa de aniversário,
mas na cidade operária,
tecelã da poesia,
sopra o vento da saudade
no presente da alegria...
 
Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 31 de maio de 2015.

domingo, 24 de maio de 2015

Sem cerimônia _ Senceremonie

 


Sem cerimônia

 
Eis na linha do meu tempo,

a data que volta sempre,

trazendo um desassossego,

e  filosofias inventa...

 
Nasci de um corte sincrônico

na diacronia do eterno.

De Gêmeos: Castor e Pólux

em  coexistência amistosa...

 
Mineira por vocação,

tento cultivar silêncios

no céu  das ambiguidades. 

 
Caçadora de sentidos,

corto e costuro palavras

na arena da poesia.

E, quando choro, sorrio:

sou rio morro acima.
 
 
Senceremonie

Jen sur mia templinio,
la dato, kiu ĉiam revenas,
portanta maltrankvilecon,
filozofiojn elpensas...
 
Mi naskiĝis per tranĉ’ sinkrona
en la diakrona etern’,
El Ĝemeloj: Kastor’ kaj Poluks’
en kunvivo amikeca...

El Minoj pro mem inklin’,
en la ĉiel’ de l’
dusenc’,
kultivi silenton mi provas.
 
Ja, ĉasistino de sencoj,
mi tranĉas kaj kudras vortojn
ĉe l’ areno de l’ poezio.
Kiam mi ploras, ridetas:
supreniranta river’.
 
 
Maria Nazaré Laroca
Juiz de fora, 27/05/2015.
 
 
 

 

sábado, 23 de maio de 2015

No meio do caminho tinha um cão _ Sur la mezo de l’ vojo kuŝis hundo

No meio do caminho tinha um cão;
e ele dormia a sua liberdade, atravessado
no chão alegre de sol dessa manhã fria de maio.
Sem pedir licença, sem perguntar se incomodava;
aliás nem sabia disso: ele simplesmente existia.

Sur la mezo de l’ vojo kuŝis hundo

Sur la mezo de l’ vojo kuŝis dormanta hundo;
kaj tute senĝene ĝi endormigis sian liberecon
sur la sungaja grundo de l’ malvarma mateno maja.
Al ni ĝi ne petis permeson, ĝi demandis nenion;
fakte ĝi eĉ pri ĝeno ne scias: ĝi tutsimple ekzistis tie.

Maria Nazaré Laroca
Juiz de Fora, 23/05/2015.

domingo, 17 de maio de 2015

Despertar _ Vekiĝo


Despertar

No meu universo inacabado,
Deus é o sol interno
que me acende a alma
a vagar ainda
pelas nuvens cinza da ilusão.
Mas, então, aos poucos,
com as gotas desse Amor,
vou plasmando em luz
a gratidão pelo privilégio
de ser Sua criatura.

Vekiĝo

En mia nefinita universo,
Dio estas la interna suno,
kiu lumigas l' animon
ankoraŭ vagantan 
tra la grizaj nuboj el iluzio.
Sed tiam, laŭgrade,
per lumgutoj de Amo tia,
mi ade muldas plu
dankemon pro l' privilegio
esti  kreito dia.

Maria Nazaré Laroca
Rio de Janeiro /Juiz de Fora, 16/05/2015.