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quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Cores _ Koloroj

 



Cores

                                                 Para Mark Twain


Flama, centelha etérea,

Alma não tem cor!

canta o poeta Chico César.

 

Sentimos a mesma dor

quer na pele negra,

branca ou amarela!

 

Mas no mundo multicor,

a mesma felicidade

só encontramos no Amor.


Koloroj

                                                 Al Mark Twain

Flamo,  fajrer' etera’,

Anim' ne havas koloron!

kantas  poeto Chico César.

 

Ni sentas la saman doloron,

kaj kun nigra haŭto,

kaj blanka aŭ flava!

 

En ĉi tiu bunta mondo,

la saman feliĉon tamen

nur  per  Amo ni trovas.


Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora, 25/08/2021.

Brazilo


domingo, 22 de agosto de 2021

Volta _ Reveno

 


Volta


Nesta manhã de domingo,

aceitei o convite do céu,

lago suspenso de azul safirino,

e saí de casa sozinha.

 

Levei comigo a coragem

e uma bengala para

um passeio na praça

acolhedora sempre.

 

De vez em quando, parava

para admirar a poesia

das nervuras em cor

de uma folha seca no chão...

 

A arte existe

para que a realidade

não nos destrua,

afirmou Nietzsche.

 

A natureza existe

para que a minha

humanidade

se reconstrua.


Reveno


Ĉi-dimanĉe matene,

mi akceptis la inviton de l’ ĉielo,

safirblua ŝvebanta lago,

kaj foriris el  la hejmo sola.

 

Mi kunportis kuraĝon

kaj bastonon celante

promenon sur la placo

ĉiam bonveniga.

 

De tempo al tempo mi haltis

por admiri la poezion

de l’ koloraj nervuroj

de seka folio surgrunde ...

 

L’ arto ekzistas

por ke la realo

ne nin detruu,

tion diris Nietzsche.

 

La naturo ekzistas

por ke mia humaneco

sin rekonstruu.


Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora, 22/08/2021.

Brazilo 

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Semeadura _ Semado

 


Semeadura

 

Somos sementes de luz

que Deus plantou um dia

nos jardins da Eternidade.

Viver não dói, só precisamos

conviver com a dor de existir,

na fragilidade dos nossos limites.

 

Então me lembro com saudade

da ingênua canção escolar

que sempre me fazia chorar:

“pobre sementinha

com tanta alegria

vou deitar-te agora

sob a terra escura,

mas não te abandono,

virei todo dia

sobre o teu canteiro

deitar água fria...”

 

Como dói existir!


Semado

Ni estas semoj el lumo,

kiujn Dio iam plantis

en la ĝardenojn de l’ Eterneco.

Vivo ne doloras,

ni nur bezonas kunvivi

kun la ekzistdolor’

ĉe l’ malfortikeco

de niaj limoj.

 

Do mi memoras sopire

la naivan lernejan kanton,

kiu ĉiam plorigis min:

“semeto kompatinda,

kun tiom da ĝojo

mi ekplantos vin nun

en la malluman grundon,

sed mi ne vin forlasos,

mi ĉiutage venos

surverŝi sur vian bedon

per malvarma akvo... "

 

Kiel doloras ekzistado!


Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora. 18/08/2018.

Brazilo


terça-feira, 17 de agosto de 2021

VOZES DO ESPÍRITO _ VOĈOJ DE LA SPIRITO

 


VOZES DO ESPÍRITO

(Mensagem de O Espírito, psicografada por Francisco Cândido Xavier em 1981.)

Deus é meu Pai.

A Natureza é minha Mãe.

O Universo é meu Caminho.

A Eternidade é meu Reino.

A Imortalidade é minha Vida.

A Mente é meu Lar.

A Verdade é meu Culto.

O Amor é minha Lei.

A Forma em si minha Manifestação.

A Consciência é meu Guia.

A Paz é meu Abrigo.

A Experiência é minha Escola.

O Obstáculo é minha Lição.

A Dificuldade é meu Estímulo.

A Dor é meu Aviso.

A Luz é minha Realização.

O Trabalho é minha Bênção.

O Amigo é meu Companheiro.

O Adversário é meu Instrutor.

O Próximo é meu Irmão.

A Luta é minha Oportunidade.

O Passado é minha Advertência.

O Presente é minha Realidade.

O Futuro é minha Promessa.

O Equilíbrio é minha Atitude.

A Ordem é minha Senha.

A Beleza é meu Ideal.

A Perfeição é meu Destino.

       O Espírito


VOĈOJ DE LA SPIRITO

(Mesaĝo diktita de La Spirito al Francisco Cândido Xavier, en 1981.)

Dio estas mia Patro.

La Naturo estas mia Patrino.

L’ Universo estas mia Vojo.

L´Eterneco estas mia Regno.

La Senmorteco estas mia Vivo.

La Menso estas mia Hejmo.

La Vero estas mia Kulto.

L’ Amo estas mia Leĝo.

La Formo mem estas mia Manifestiĝo.

La Konscienco estas mia Gvidilo.

La Paco estas mia Ŝirmejo.

La Sperto estas mia Lernejo.

L’ Obstaklo estas mia Leciono.

La Malfacileco estas mia Stimulo.

La Doloro estas mia Avizo.

La Lumo estas mia Konkero.

La Laboro estas mia Beno.

L’ Amiko estas mia Kunulo.

La Kontraŭulo estas mia Instruisto.

La Proksimulo estas mia Frato.

La Batalo estas mia Ŝanco.

La Pasinteco estas mia Averto.

L’ Estanto estas mia Realaĵo.

L’ Estonteco estas mia Promeso.

L’ Ekvilibro estas mia Sinteno.

L’ Ordo estas mia Ŝlosilvorto.

La Beleco estas mia Idealo.

La Perfekteco estas mia Destino.

           La Spirito


quinta-feira, 12 de agosto de 2021

Lâmina _ Klingo

 

                                                                                                             

Lâmina

Só tenho agora

a lua nova:

sorriso em lâmina

de Mona Lisa

no crepúsculo

de ausências

doendo.


Klingo

Mi havas nun

nur la novlunon:

rideton klingan

de Mona Lisa

ĉe krepusko

de dolorantaj

forestoj.

 

Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora, 12/08/2021.

Brazilo


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Sofisticada artesania

 

Esmo Poemas. Paulo Sergio Viana. 1 ed. Lorena -SP; Brasília: Agência Comunica, 2020.


Somente hoje, depois de cuidadosa releitura, tive coragem para tentar falar do livro de poesia que ganhei de presente do autor, poeta e amigo, Paulo Sergio Viana, em novembro de 2020.

Mesmo fechado sobre a mesinha de cabeceira, dava para ouvir a música dos poemas.

Era só abrir uma página a esmo, e o inefável encantamento acontecia. Eu podia ouvir o verde do silêncio dos pensamentos inapreensíveis em versos tecidos com esmero, esmeril de um Poeta que sabe polir as palavras, pedras preciosas, com reverência, delicadeza e alguma melancolia.

O verso está cansado de ser lido.

Deixa-o soar em voo

dentro de ti.

E lá se vão como pássaros boêmios poemas suaves, sonetos imponentes, trovas brejeiras, floridas aldravias...  Então a saudade de Lisboa nos revisita.

Mas tudo muito bem infiltrado de doce filosofia porque

a vida é uma estranha

ilusão chamada tempo.

O livro é Poesia toda inteira como os sonhos do Poeta.

Lá dentro o homem é um enigma.


Maria Nazaré Laroca

Juiz de Fora, 10/08/2021


sábado, 31 de julho de 2021

QUASE-RESENHA


 

QUASE-RESENHA

Maria Nazaré Laroca


(Percurso às avessas: Dorvalino semimorre. Paulo Pereira Nascentes: Guaratinguetá, SP: Penalux, 2021.)

Conto-novela-poema-o-que-fosse: mas que o é!  Inexplicável DNA!            

Apoteose dos sem-gênero literário!  Prepare-se o leitor para essa viagem sem volta!

Desaprenda! Desprograme-se!  Carnavalização da textualidade!     

Miolo narrativo tipo fio condutor dos poemas é que não.                                     

“Teu olhar descabelado

verticaliza

horizontes marinhos

Romance às avessas: metarromance em trânsito de poemas on the road...

Uma narrativa macunaímica, na corda bamba de acrobacias lexicais, semânticas: acontecências, traquinagens místico-eróticas de Dorvalino Mendes, ou Dorva, ou Lino!

Não vem para ludibriar o leitor incauto, mas ludi-brilhar com borbulhante turbilhão insone de ideias indisciplinadas.

É o romance do grande poeta Paulo Nascentes; são nascentes transbordantes de irreverência, humor, rebeldia, delírio.

Uma biblioteca de magia em tempo real: o novelo narrativo é turbulento. Narrativa em (des)construção, deslumbrando o leitor perplexo, preso no enredo desse universo paralelo: um videogame verbal costurado de filosofia na montanha russa do prazer inefável do subterrâneo das palavras, nos bastidores das metáforas e metonímias! Vertigem abissal da semiótica em delírio metapoético.

Eu também vivi o tempo da ditadura; difícil dar aula de literatura!

Tromba d’água, Poemance na voz do outro grande Paulo, o Sergio Viana.

Dançando com as palavras a música da epifania: imanência e transcendência;

reverência ao Sagrado Templo-Corpo. Poesia cósmica apesar da tortura.

Om! Namaste, Aurora interior! Apertou a tecla print do seu ser.

Borboleta encantada: Dorvalino somos todos nós!